-------------------------------Todos os comentários serão moderados pelos administradores do blog, a fim de se evitarem comentários sem conteúdo pertinente de discussão------------------------------------

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Um derby para a história



Muito haverá a dizer sobre o jogo de ontem, mas começo por dizer que este foi um dos jogos que ficará na centenária história dos confrontos entre os velhos rivais de Lisboa.
 
 
Alguns dados estatísticos suportam esta afirmação. A começar pelo facto do Sporting já não vencer na Luz à 9 anos. Se quisermos ir mais longe, desde 1948 que não vencia em casa do grande rival por 3 golos de diferença. Por outro lado, o Benfica já não perdia um jogo em casa desde 2012.
 
 
Jogos entre Sporting e Benfica, pela rivalidade que existe entre os dois emblemas, são sempre quentes (dentro e fora do relvado) e este não foi excepção. As semanas que antecederam o derby deixavam antever que este seria um jogo especial e que estavam em causa muito mais do que 3 pontos.
 
 
Era o regresso de Jorge Jesus à casa que o acolheu durante 6 anos e onde se tornou o treinador mais titulado da história do clube, mas que não foi o suficiente para ser recebido com o respeito que merecia. O Benfica e os seus adeptos optaram por lhe colocar o rótulo de “traidor” e inclusivé acrescentar um processo judicial por alegado incumprimento contratual. Diria que cada um escolhe a forma como quer recordar a sua própria história...
 
 
Para a Direcção do Sporting, que tanto tem lutado pela transparência e modernização do futebol português, o resultado deste jogo seria sempre importante. Uma vitória neste jogo iria ter o condão de unir ainda mais os Sportinguistas em torno do projecto do Clube e dar mais força às batalhas que a Direcção tem vindo a travar e que trazem um natural desgaste às pessoas que dão a cara por elas.
 



Por último, para a Equipa do Sporting, este era o jogo em que os jogadores tinham a hipótese de afirmar de forma clara e inequívoca que queriam lutar pelo título e que tinham o estofo necessário para o conseguir. 
 
 
Para explicar o que se passou no jogo, apetece-me pegar nas declarações do treinador do Benfica, Rui Vitória, proferidas na véspera do jogo, quando afirmou que “… vamos defrontar 11 jogadores do Sporting, não sei se uma equipa…”
 
 
Ora, o que vimos dentro das 4 linhas foi um Sporting que funcionou em pleno como uma equipa, em que todos sabiam perfeitamente o que fazer e quando o fazer (com ou sem bola) e em que o colectivo foi superior às individualidades. Por outro lado, o Benfica nunca conseguiu funcionar como um bloco coeso e pareceu sempre um mero somatório de 11 jogadores que, colectivamente, nunca funcionaram como uma equipa.
 
 
Foi aqui que Jorge Jesus começou a ganhar o jogo, incutindo aos jogadores a ambição e a garra necessária para ir à Luz e trazer os 3 pontos. Quando em Julho disse que era preciso “acordar o leão adormecido”, ele não estava apenas a referir-se aos aspectos técnico-tácticos que se desenrolam nos 90 minutos. Estava também a querer dizer que o leão tinha que assumir uma mentalidade vencedora e os jogadores tinham que sentir que ir à Luz (ou a outro lado qualquer) jogar num palco mais de 60.000 pessoas e querer vencer tinha que ser uma coisa natural. A mentalidade vencedora é o ponto de partida para que os resultados possam aparecer.
 
 
Por isso mesmo, o jogo jogado no derby de ontem foi um reflexo do trabalho que estava preparado e cedo se percebeu que o Sporting tinha o jogo controlado e sabia o que fazer nos diferentes momentos do jogo.
 



Os 3 golos sem resposta ao intervalo foram o espelho da enorme diferença que se sentiu entre os dois colectivos. Um Sporting coeso na defesa, compacto no meio campo e venenoso nas saídas para o ataque, contra um Benfica desligado e que corria muito, mas sem critério e sem criar verdadeiras oportunidades golo.
 
 
Com um resultado tão desnivelado ao intervalo e com a vitória na mão, penso que Jorge Jesus terá pensado que ou partia para o ataque e tentava uma goleada histórica, ou ou então optava por gerir melhor o jogo na segunda parte, mantendo sempre uma pressão alta, mas sem correr grandes riscos, com a segurança de saber que dessa forma a vitória dificilmente escaparia. O Treinador optou pela segunda hipótese e isso também deixa à vista as diferenças entre o Jorge Jesus de outros tempos que apostava sempre no ataque e por vezes corria riscos desnecessários e este que agora treina o Sporting e que me parece mais equilibrado e maduro, não deixando de manter a sua matriz de aposta no futebol ofensivo.
 



Não queria destacar individualidades, porque considero que seria injusto para os jogadores que estiveram em campo e que interpretaram de forma tão sublime aquilo que o treinador lhes pediu.

 
Quero apenas destacar aquilo que fica depois desta noite memorável:
 
 
Um Sporting forte e confiante que segue isolado em 1.º lugar e que tem condições para assim se manter até Maio.
 
 
Um Sporting coeso em que todos os adeptos reconhecem que é no apoio à Equipa e à Direcção que deve estar o nosso enfoque e não dar muita atenção aos que tudo fazem (e continuarão a fazer) para quebrar esta Onda Verde.
 
 
Penso que esta terá sido apenas uma das muitas jornadas de glória que teremos nos próximos tempos! Assim nós saibamos manter os pés bem assentes do chão e saber que depois desta natural euforia, se segue mais um jogo que vale os mesmos 3 pontos e que há que ganhar.
 
 
Esse jogo é já no próximo sábado, em Alvalade, contra o Estoril e a equipa merece o nosso apoio!


Eu vou lá estar… e tú?


7 comentários:

  1. Escelente texto que espelha tudo aquilo que se passou ontem.

    Eu também vou lá estar :)

    ResponderEliminar
  2. sem dúvida alguma que este Sporting respira confiança e sabe o que faz em campo, para isso tem um treinador audaz, que estuda os adversários até á exaustão, no caso de ontem já tinha o trabalho de casa facilitado.

    Ontem o Sporting controlou o jogo da maneira que quis, e foi isso que misturado com os 3 golos nos primeiros 35 minutos deixou o adversário de rastos, sem saber se havia de arriscar a encurtar distâncias ou ao destapar o meio campo poder ser ainda mais humilhado, complicado...

    Tudo o que se passou depois da vitória do Sporting na super-taça, com todos aqueles episódios de novela mexicana, para tentar minimizar o rombo feito por BdC ao benfica com a contratação de JJ culminaram com uma espécie de "mind games" feito por Rui Vitória nas vésperas deste derby, ora, Jesus que é mestre em espicaçar os seus jogadores deve ter afixado as declarações de Rui Derrota no balneário em letras garrafais para os seus atletas ficarem ainda com mais vontade de depenar a águia e foi precisamente isso que aconteceu!

    0-3, uma goleada das antigas e primeiro lugar isolado depois do empate dos corruptos do norte.

    Agora há que continuar a jogar desta forma, a marcar golos para que não se ponham a jeito de artimanhas arbitrais
    5 ao Guimarães, 4 ao Vilafranquense, 5 ao Skanderbeu e 3 ao benfas é assim que nos pomos a salvo de qualquer jogada de bastidores.

    Grandioso SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

    ResponderEliminar
  3. bela

    eu tambem vou lá esta !!!!! grande texto " mãos de ferro" !!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bela, este texto foi escrito pelo Jorge Leão, obrigado por acompanhar o blog.

      SL

      Eliminar
  4. que belissimo texto !!!!!!!! #euvouláestar

    ResponderEliminar
  5. Eu já ficaria entusiasmado com 1 a 0...
    Então com 3...nem sei o que diga...
    Abr e SL

    ResponderEliminar
  6. Eu também vou lá estar, amigo Jorge, e temos um excelente convívio para esse sábado. Espero que acabe com um resultado diferente daquele que sucedeu ao convívio do ano passado.
    Análise elucidativa do que se passou. Jorge Jesus está 'no ponto' e os jogadores cada vez estão mais maduros e confiantes.
    O presente é verde e branco!

    ResponderEliminar